Intolerância a lactose não é alergia ao leite

A intolerância a lactose é uma doença não alérgica que ocorre por uma deficiência da enzima que digere a lactose (açúcar de quase todos os leites). A lactase é a enzima que faz esta quebra, quando temos uma deficiência parcial ou total da lactase não conseguimos digerir a lactose, então bactérias do intestino metabolizam a lactose absorvida em gases que são responsáveis pelos sintomas da intolerância à lactose.

As manifestações clínicas aparecem entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão de laticínios. As mais comuns são: inchaço abdominal, cólicas, gases, flatulência, diarreia, assaduras, náuseas, vômitos, câimbras e algumas vezes constipação intestinal.

 

A intolerância a lactose pode ser de 3 tipos:

– Hipolactasia do “tipo adulto”. Mais comum em adultos. No Brasil estima-se em 40% das pessoas apresentam hipolactasia do “tipo adulto” que se inicia após os 3 anos de idade. Manifestações clínicas mais graves pode ser observada progressivas nas pessoas mais velhas. A intolerância à lactose em pessoas com hipolactasia do tipo adulto é uma doença de natureza genética e ocorre em pessoas com predisposição.

– Intolerância congênita à lactose. Muito rara, impede o aleitamento materno exclusivo e manifesta-se logo após o nascimento. O recém-nascido tem que ser alimentado com uma fórmula para lactentes sem lactose. Trata-se de uma doença genética muito rara.

– Intolerância secundária à lactose. Doença adquirida, que acontece por deficiência temporária de lactase que após períodos de tempo variáveis retorna aos valores normais uma vez controlados os fatores desencadeantes. Diarreia causada por gastroenterite viral, giardíase, doença celíaca e doença de Crohn são as principais. Também pode ocorrer em bebês prematuros, ainda incapazes de produzir lactase em quantidade suficiente.

O diagnóstico desta intolerância alimentar pode ser:

1)    Clínico. Retira-se todos os alimentos com lactose da dieta e os sintomas acabam em dias ou semanas. Trata-se do procedimento mais empregado.

2)    Teste respiratório para pesquisar eliminação de hidrogênio em amostras de ar expirado.

3)    Teste de tolerância à lactose.

4)    Teste genético.

O tratamento consiste na redução da ingestão de lactose presente em laticínios. Para os casos mais graves, encontra-se leite e outros produtos com redução de 80% a 90% da lactose. Existem medicamentos com a enzima lactase para o uso quando for preciso ingerir lactose em situações especiais.

Sobre o autor:

Dra. Adriana Teixeira Rodrigues

CRM 108.368

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